O tufão Kalmaegi devastou regiões das Filipinas e Vietnã, enquanto na cidade de Belém no Brasil, líderes mundiais se reúnem para a COP30 e enfrentam o alerta de eventos extremos.
Belém / Manila, 7 de novembro de 2025 — O tufão Kalmaegi tomou conta das manchetes mundiais nesta semana. Enquanto a conferência climática COP30 se inicia em Belém (Brasil), uma poderosa tempestade tropical devastou as Filipinas e seguiu em direção ao Vietnã, deixando um rastro de destruição, evacuações em massa e alertas de emergência.
O tufão Kalmaegi (chamado localmente de “Tino”) atingiu a província de Cebu, nas Filipinas, com chuva torrencial, inundações rápidas, arrastamento de veículos e casas. As autoridades filipinas reportaram pelo menos 114 mortos e 127 desaparecidos nas regiões afetadas. AP News+2Le Monde.fr+2 Em seguida, o ciclone avançou para o Vietnã, onde já se contabilizam mais de 5 mortes em províncias centrais como Dak Lăk e Gia Lai.
Impacto nas Filipinas
Na província de Cebu, prédios foram inundados até os telhados, e moradores buscaram refúgio em embarcações ou nas superfícies elevadas de suas casas. AP News+1 Um helicóptero militar de resgate caiu durante operações de ajuda humanitária, matando seis tripulantes. Reuters+1 Mais de 560.000 pessoas foram evacuadas ou se encontram em abrigos de emergência. The Washington Post+1
Além da tragédia humana, as perdas em infraestrutura são graves: há casas totalmente destruídas, pontes e rodovias danificadas, interrupções de energia e transporte aéreo e marítimo suspenso.
Avanço ao Vietnã e à Ásia-Pacífico
Depois de atravessar o Mar das Filipinas, o tufão chegou à costa vietnamita causando ventos fortes, deslizamentos e inundações em áreas como Gia Lai, onde mais de 2.400 casas tiveram os telhados arrancados. A previsão climática avisa que o sistema meteorológico pode agravar ainda mais as zonas costeiras vulneráveis e os países vizinhos já em alerta.
Relação com a COP30 e o risco climático
No exato momento em que o mundo se reúne em Belém para a matéria crucial do clima — a conferência COP30 — o tufão Kalmaegi funciona como um duro lembrete da urgência da crise climática.
Especialistas apontam que tempestades estão se tornando mais intensas e frequentes devido ao aquecimento dos oceanos e à maior disponibilidade de energia para estas células climáticas. O relatório do evento diz que as emissões de gases de efeito estufa subiram cerca de 34 % desde 1995 e que o aquecimento global já ultrapassa os 1,5 °C em algumas regiões — com projeções que apuntam para 2,3 °C a 2,5 °C se nada for feito.
Consequências para Angola e África
Mesmo concentrado na Ásia-Pacífico, o tufão Kalmaegi tem lições relevantes para a África e para Angola:
- Países tropicais costeiros como Angola enfrentam riscos semelhantes de tempestades, inundações e aumento do nível do mar.
- A mobilização global na COP30 pode resultar em mais financiamento, tecnologia e cooperação internacional para adaptação climática — algo que Angola pode aproveitar.
- A vulnerabilidade estrutural evidencia a necessidade de investimento em infraestrutura resiliente, planos de evacuação, alertas antecipados e fortalecimento institucional.
O que vem a seguir
- As operações de resgate continuam nas Filipinas e no Vietnã. O governo filipino declarou estado de calamidade para agilizar recursos e auxílio. People.com
- A COP30 terá momentos decisivos sobre financiamento climático, adaptação e tecnologia — o cenário de desastre como o de Kalmaegi pode servir de catalisador para decisões mais ambiciosas.
- A comunidade internacional observa se haverá compromisso real com metas de redução de emissões, financiamento para infraestrutura resiliente e apoio aos países mais vulneráveis.
Conclusão
O tufão Kalmaegi coloca em evidência o quanto a crise climática não é apenas uma discussão de futuro, mas uma realidade que já está causando mortes, destruição e deslocamento de populações. No momento em que o mundo se reúne em Belém para a COP30, a tragédia nas Filipinas e no Vietnã demonstra que cada minuto de atraso na ação climática representa vidas e comunidades em risco.
