Luanda, 19 de outubro de 2025 — A reflexão sobre os 50 anos de independência de Angola ganhou tom de autocrítica e apelo à consciência nacional. O Bispo de Saurimo, Dom José Manuel Imbamba, afirmou que o país “ainda sofre com problemas que a independência prometeu resolver”, pedindo uma mudança profunda de mentalidade e liderança.
“O jubileu de 50 anos deve ser um jubileu de viragem, de um novo recomeço do país e de reflexão. Muitos problemas que a independência devia resolver ainda não foram resolvidos”, afirmou o bispo.
Ainda não somos livres de verdade”, diz o bispo
Dom Imbamba afirmou que a independência política não foi acompanhada de libertação social e moral. Para ele, “Angola continua prisioneira da pobreza, da desigualdade e da falta de unidade nacional”.
“Temos de perguntar por que razão, depois de meio século, ainda não conseguimos oferecer o melhor aos angolanos”, questionou.
Igreja pede reconciliação e consciência nacional
O Bispo, que também preside a Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), destacou o papel da Igreja como voz moral da sociedade.
Ele anunciou a realização de um Congresso Nacional da Reconciliação, com o objetivo de reunir líderes religiosos, políticos e sociais para discutir o futuro do país.
“A Igreja quer ajudar Angola a olhar para dentro, a reconciliar-se e a renovar o compromisso com o bem comum”, explicou.
Um apelo para os próximos 50 anos
Apesar do tom crítico, Dom Imbamba deixou uma mensagem de esperança:
“Olhar para os próximos 50 anos de Angola é um sonho que nunca deve ser pessimista. Somos a esperança de uma Angola nova, unida e de paz.”
Saiba mais sobre Angola.
