O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cancelou sua participação na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, agendada para a próxima semana nos Estados Unidos. A decisão drástica foi motivada por severas restrições impostas pelo governo de Donald Trump ao visto do ministro, conforme nota divulgada pelo Ministério da Saúde.
Segundo o comunicado, a Missão dos Estados Unidos para as Nações Unidas informou ao Ministério da Saúde sobre a proibição de Padilha participar presencialmente da reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). O ministério classificou a medida como uma violação do Acordo de Sede com a ONU e do direito do Brasil de apresentar suas propostas no fórum global de saúde. Ressaltou ainda que o país é referência em saúde pública e importante articulador de ações em defesa da vacina, da ciência e da vida.
O visto concedido pelos Estados Unidos impunha limitações significativas à movimentação de Padilha, restringindo seus deslocamentos do hotel para a ONU e instalações médicas em caso de emergência. Diante dessas restrições, consideradas “infundadas e arbitrárias” pelo Ministério da Saúde, o ministro permanecerá no Brasil para acompanhar a votação da Medida Provisória do Programa Agora Tem Especialistas no Congresso Nacional.
O Ministério da Saúde enfatizou que a medida não é uma retaliação ao ministro, mas sim ao que o Brasil representa na luta contra o negacionismo. A pasta também garantiu que todas as articulações estão mantidas com a delegação do Ministério da Saúde em Nova York e Washington, e reforçadas por reuniões do próprio ministro em eventos como a COP 30, diálogos bilaterais e missões com representantes do Mercosul e do BRICS.
Em agosto, o governo americano já havia cancelado o visto da esposa e da filha de 10 anos de Padilha. Na mesma semana, o Departamento de Estado dos Estados Unidos revogou os vistos de outros funcionários do governo brasileiro ligados à implementação do programa Mais Médicos, incluindo o secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde e o ex-assessor de Relações Internacionais da pasta.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
