O cenário da música instrumental brasileira perdeu um de seus grandes nomes. André Geraissati, renomado violonista, faleceu nesta quarta-feira, aos 74 anos, em São Paulo. A notícia foi confirmada por seu filho, Gabriel Geraissati, através das redes sociais.
André Geraissati notabilizou-se por sua abordagem inovadora no violão de 12 cordas, fundindo elementos da música brasileira, jazz e experimentações sonoras. Sua trajetória ganhou destaque nas décadas de 1970 e 1980, principalmente como integrante do grupo D’Alma, ao lado de André Ribeira e Ulisses Rocha. O trio se consagrou pela técnica apurada e pela sonoridade contemporânea aplicada ao violão acústico.
Em carreira solo, Geraissati lançou álbuns que exploram texturas sonoras sofisticadas, improvisação e uma marcante sensibilidade melódica, consolidando-se como um dos artistas mais originais do instrumento no país.
Seu primeiro disco, “Entre Duas Palavras”, foi lançado em 1982 e contou com a participação de Egberto Gismonti. Ao longo da década de 80, lançou também os álbuns “Insight”, “Solo” e “Dadgat”.
Em 1992, Geraissati fundou o selo independente Tom Brasil, a partir do Projeto Banco do Brasil Musical, uma iniciativa cultural em prol da música instrumental. Ele também marcou presença em festivais internacionais de grande relevância, como o Montreux Jazz Festival, o Paris Jazz Festival e o Montreal Jazz Festival.
Ao longo de sua carreira, colaborou com nomes como Hermeto Pascoal, Arthur Moreira Lima, Wagner Tiso e o flautista americano Paul Horn.
Geraissati estava programado para participar de uma palestra sobre produção musical no Centro Cultural São Paulo em 8 de dezembro, ao lado de Marco Briones, autor do livro “Solo: A História do Primeiro Álbum Duplo de Violão no Brasil”, a primeira obra dedicada à sua produção musical.
Fonte: jovempan.com.br
