O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira a isenção de tarifas recíprocas sobre uma variedade de produtos agrícolas, revertendo medidas implementadas a partir de abril. A Casa Branca confirmou a medida através de um decreto, visando aliviar as preocupações crescentes com os altos preços dos alimentos no país.
Entre os itens beneficiados pela isenção tarifária estão café, chá, frutas tropicais e seus sucos, cacau, especiarias, bananas, laranjas, tomates, carne bovina e fertilizantes. A medida entra em vigor retroativamente à meia-noite da última quinta-feira.
A decisão representa uma mudança significativa na política do governo, que anteriormente insistia que as tarifas de importação não eram um fator contribuinte para a inflação. Analistas apontam que a medida ocorre após resultados desfavoráveis em eleições estaduais e municipais, onde a questão do custo de vida ganhou destaque.
A medida modifica o escopo das tarifas recíprocas anunciadas originalmente em 2 de abril, quando foram impostas taxas a produtos importados de diversos países, incluindo uma tarifa de 10% sobre produtos brasileiros. Na época, tarifas de 20% foram impostas sobre a União Europeia, 34% sobre a China e 46% sobre o Vietnã. A porcentagem exata da redução tarifária ainda não foi divulgada.
No Brasil, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços declarou que está avaliando o impacto da ordem executiva assinada nos Estados Unidos. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou estar em contato com parceiros americanos para determinar se a isenção se aplica à tarifa base de 10%, à adicional de 40% ou a ambas.
Por outro lado, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) saudou a decisão, considerando-a um reconhecimento da qualidade e importância da carne bovina brasileira para a segurança alimentar global.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
