Um novo documentário intitulado “Vai para a Argentina, Carajo!”, produzido pelo Instituto Conhecimento Liberta (ICL), estreia hoje, dia 9. A produção explora os fatores que impulsionam a popularidade do presidente argentino, Javier Milei, e sua relação com a mídia e os setores econômicos tradicionais, apesar de sua imagem de político disruptivo.
Para compreender a complexidade da situação econômica argentina, a equipe liderada por Eduardo Moreira, narrador, e Juliana Baroni, codiretora junto ao argentino Fabián Restivo, viajou a Buenos Aires. Lá, realizaram entrevistas com críticos e defensores da atual administração, além de ouvir a população desde o centro financeiro até os bairros periféricos.
O documentário expõe os custos das medidas de austeridade fiscal e os cortes nos investimentos em áreas como cultura, direitos humanos, educação, ciência e assistência social. Segundo a codiretora Juliana Baroni, a linguagem direta e a apresentação de fatos e argumentos buscam criar uma conexão com o público, independentemente de suas posições ideológicas.
A produção se destaca pelo uso de celulares nas filmagens, uma escolha estética que surgiu da falta de financiamento externo. Além das imagens captadas na Argentina, o documentário incorpora artes geradas por inteligência artificial e vídeos de redes sociais que retratam discursos de Milei e protestos contra o governo. A equipe registrou manifestações populares contra a política econômica de Milei, que ocorrem semanalmente.
Em uma das maiores manifestações, organizada pelo coletivo Mães da Praça de Maio, estima-se que 800 mil pessoas participaram. As principais reivindicações são a restauração dos investimentos em serviços públicos para os mais necessitados, o fim dos cortes nas aposentadorias e a liberação de recursos para universidades públicas e instituições de pesquisa, todos afetados pelas políticas de austeridade.
O filme também se concentra na história política argentina desde a era Perón, buscando as origens do fenômeno Milei e enfatizando a mobilização popular e a força dos movimentos sociais no país.
O ICL relatou dificuldades na divulgação do documentário, com plataformas como Facebook e Youtube removendo anúncios que criticavam o presidente argentino no Brasil e em outros países da América Latina. A solução encontrada foi divulgar o filme através de suas redes de colaboradores e do público que já acompanha o instituto, esperando alcançar pelo menos 50 mil pessoas na estreia. O documentário está disponível gratuitamente no canal do ICL no Youtube.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
