Encontro em São Paulo discute estratégias para o campo progressista se reconectar com a sociedade, em um momento político delicado após a condenação de figuras ligadas à tentativa de golpe de 8 de janeiro. O evento “Despertar 2025”, que se estende por dois dias, reúne políticos, acadêmicos, comunicadores e outras personalidades para analisar os rumos do país.
O primeiro dia do evento, ocorrido nessa sexta-feira (19), contou com a participação do sociólogo Jessé Souza, da médica cubana Aleida Guevara e do jornalista Serginho Groisman. Já neste sábado (20), o debate continua com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, do cientista Miguel Nicolelis e da ministra da Cultura, Margareth Meneses, entre outros.
Um dos temas centrais do encontro é a necessidade de o campo progressista priorizar o diálogo com a população, especialmente com os trabalhadores e as pessoas de baixa renda. A influência da direita e da extrema direita na sociedade, incluindo grupos historicamente negligenciados por políticos de esquerda, também é foco de análise.
Jessé de Souza enfatizou a importância de debater a função da comunicação e do espaço público, apontando para a necessidade de “esclarecimento das pessoas” que, segundo ele, estariam desorientadas e “com raiva” devido a condições de trabalho precárias e falta de perspectivas.
Eduardo Moreira, fundador do Instituto Conhecimento Liberta (ICL), que promove o evento, defende uma reflexão sobre a forma como as organizações progressistas se comunicam com a sociedade, ressaltando a importância de ouvir as demandas da população.
O juiz Luiz Philippe Mello Filho, eleito presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), participou como palestrante e destacou a urgência de equilibrar as relações entre capital e trabalho, mencionando a situação dos trabalhadores de aplicativos e alertando para a “precarização sem precedentes do trabalho humano no Brasil”.
Miguel Nicolelis, por sua vez, alertou para os riscos de delegar tarefas cognitivas à inteligência artificial, enfatizando a importância de exercitar o cérebro e manter suas funções ativas.
Aleida Guevara, abordando o cenário internacional, manifestou preocupação com as intervenções de potências estrangeiras e os conflitos em Gaza, defendendo a proteção das crianças e expressando otimismo em relação ao futuro da humanidade.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br