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Angola e Botswana discutem controle da De Beers e podem redefinir o mercado de diamantes

Angola e Botswana iniciam negociações sobre o futuro controle da De Beers, numa disputa que promete redefinir a economia do setor de diamantes e fortalecer a presença africana no comércio global.

Luanda, 7 de novembro de 2025Angola De Beers é hoje um dos temas mais discutidos na economia africana. O governo angolano confirmou que vai participar de reuniões bilaterais com o Botswana para discutir o futuro controle da De Beers, uma das maiores empresas de diamantes do mundo. As conversações devem ocorrer em Gaborone, e especialistas já classificam o encontro como um passo decisivo para redefinir o mapa da mineração global.

A De Beers, fundada há mais de um século, é responsável por uma grande parte da produção e comercialização de diamantes brutos no mundo. Atualmente, pertence ao grupo Anglo American, mas enfrenta pressões crescentes para descentralizar as suas operações e permitir maior participação de países africanos produtores.

Para Angola, o momento é estratégico. O país tem expandido rapidamente a sua produção diamantífera, com destaque para as minas de Catoca, Luele e Luaxe, além de novos projetos na Lunda Norte. Nos últimos cinco anos, o governo angolano tem investido fortemente na modernização do setor e na criação de parcerias com investidores internacionais, apostando na industrialização e na lapidação local das pedras preciosas.

“Este é um marco na trajetória de Angola. O envolvimento direto com a De Beers pode significar mais autonomia, empregos e receitas para o país”, declarou um consultor económico ouvido pela Redponto.

Por outro lado, Botswana, que já é parceiro tradicional da De Beers por meio da empresa Debswana, considera vital manter sua posição dominante na extração e comercialização. A economia botsuanesa depende fortemente dos diamantes, que representam mais de 30% do PIB nacional. O país vê com cautela a expansão de Angola no setor, mas também reconhece o potencial de cooperação.

O possível acordo Angola De Beers representa mais do que uma negociação comercial — é um movimento político que pode fortalecer a soberania africana sobre os seus recursos naturais. Durante décadas, o continente exportou matérias-primas com baixo valor agregado. Agora, Angola busca transformar esse cenário, aumentando a produção nacional e exportando diamantes lapidados, o que multiplica o valor do produto no mercado internacional.

De acordo com relatórios da Câmara Africana de Mineração, a entrada de Angola no núcleo de controle da De Beers pode atrair investimentos superiores a 2 mil milhões de dólares e criar milhares de empregos diretos e indiretos nos próximos três anos. Além disso, abriria caminho para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis de extração e para uma maior transparência comercial, algo muito exigido por compradores internacionais.

Analistas do setor afirmam que, se o entendimento for bem-sucedido, Angola poderá tornar-se o terceiro maior exportador de diamantes do mundo até 2027, atrás apenas da Rússia e do Botswana. Isso colocaria o país em posição de destaque nos mercados da Índia, Bélgica e Emirados Árabes Unidos, principais polos de lapidação e comercialização global.

“A possível aliança entre Angola e De Beers é um símbolo do novo renascimento africano — uma África que negocia, participa e lidera o destino dos seus próprios recursos”, destacou um especialista da Universidade de Joanesburgo.

Em meio às negociações, a Anglo American ainda não confirmou se pretende vender parte da sua participação na De Beers, mas fontes próximas afirmam que há interesse em uma reestruturação acionária, abrindo espaço para governos africanos entrarem com capital ou controle estratégico.

Para Angola, o desfecho positivo dessa parceria significaria mais receitas, empregos e reconhecimento internacional, consolidando o país como uma potência mineira em ascensão. Já para a África, seria um exemplo concreto de como os países podem unir forças para gerir de forma justa e soberana suas riquezas naturais.

Conclusão

O caso Angola De Beers será acompanhado de perto por economistas e líderes internacionais. Mais do que um acordo comercial, trata-se de um símbolo do novo papel que o continente africano deseja assumir no cenário global — um papel de protagonismo, independência e desenvolvimento sustentável.

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