Milhares de pessoas foram às ruas de São Paulo neste domingo, em uma manifestação expressiva contra a proposta de anistia a condenados por tentativa de golpe de Estado e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que exige autorização do Congresso para processar criminalmente deputados e senadores. Estimativas apontam para um público de aproximadamente 42,4 mil pessoas concentradas na Avenida Paulista.
O protesto na capital paulista integra uma série de manifestações que ocorreram em 33 cidades, abrangendo todas as capitais do país. Os participantes direcionaram críticas ao Congresso Nacional, exigindo a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
As manifestações foram convocadas por frentes como Povo Sem Medo e Brasil Popular, ligadas a partidos políticos e movimentos sociais. A mobilização reuniu sindicatos, grupos estudantis, artistas, além de organizações como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), com a participação de diversos partidos de esquerda e centro-esquerda.
Um professor universitário, presente no ato, destacou a importância da luta pela democracia e contra retrocessos, mencionando a necessidade de a juventude compreender as conquistas da Constituição Federal de 1988. Uma professora aposentada expressou seu temor quanto a um possível retorno da ditadura no Brasil, argumentando que a PEC da Blindagem poderia facilitar esse caminho.
Um professor de artes marciais levou sua filha de 12 anos para o evento, buscando demonstrar a importância da participação popular e da reivindicação de direitos, especialmente após uma tentativa de golpe. Ele enfatizou a necessidade de apoiar a condenação de golpistas para consolidar a democracia.
Uma representante do povo Pataxó defendeu a união de todos os povos na luta contra a impunidade, ressaltando a importância de mostrar a força popular nas ruas. Criticou a PEC da Blindagem e a possibilidade de anistia, considerando-as uma vergonha para o país.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br