O Secretário de Estado dos Estados Unidos viajou ao México nesta terça-feira (2) e seguirá para o Equador, com o objetivo de discutir estratégias de combate às drogas em meio a tensões elevadas pelas ameaças de intervenção militar dos EUA na Venezuela.
O governo dos EUA acusa a Venezuela de liderar um cartel de drogas e mobilizou navios militares na costa venezuelana. Especialistas contestam a caracterização da Venezuela como um “narcoestado”.
O Departamento de Estado informou que as visitas ao México e Equador tratarão de prioridades, incluindo o combate a “ameaças narcoterroristas”. O comunicado menciona medidas para desmantelar cartéis, interromper o tráfico de fentanil, acabar com a imigração ilegal, reduzir o déficit comercial, promover a prosperidade econômica e neutralizar atores malignos.
A presidenta do México, Claudia Sheinbaum, assegurou que não aceitará interferência dos EUA contra os cartéis de drogas em território mexicano. Ela enfatizou a necessidade de colaboração entre as nações em igualdade de condições.
O governo venezuelano afirma estar preparado para um possível ataque dos EUA. O presidente Nicolás Maduro declarou que os EUA mobilizaram oito embarcações de guerra e um submarino nuclear, com 1,2 mil mísseis, apontados contra a Venezuela. Maduro classificou a ação como uma ameaça “extravagante, injustificável, imoral e absolutamente criminosa”. Ele alega que essa é a maior ameaça ao país nos últimos 100 anos e que o Secretário de Estado quer levar o governo a um conflito armado na América Latina e Caribe.
Washington elevou a recompensa por informações que levem à captura de Maduro para US$ 50 milhões, acusando-o de liderar um cartel de drogas. Maduro afirma que o combate às drogas é um pretexto para derrubar o governo, repetindo o ocorrido quando os EUA apoiaram a autoproclamação de Juan Guaidó como presidente em 2019. Maduro aponta que as drogas produzidas na América do Sul são originárias da Colômbia, Equador e Peru e saem principalmente pela costa do Pacífico.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou qualquer ação militar contra a Venezuela, argumentando que isso envolveria a Colômbia no conflito.
No Equador, o Secretário de Estado se reunirá com o presidente Daniel Noboa, cujo governo tem demonstrado alinhamento com a política dos EUA para a América Latina. Noboa planeja realizar uma consulta popular para eliminar a proibição de instalar bases militares estrangeiras no país.
O Equador enfrenta um aumento da violência ligada ao narcotráfico, com a taxa de homicídios disparando nos últimos anos. Noboa tem aumentado a militarização da segurança pública e declarou o país em “conflito armado interno”.
Maduro questionou a escolha do Equador como parceiro no combate ao narcotráfico, mencionando que relatórios da ONU e da União Europeia apontam o país como uma das principais rotas mundiais da cocaína. Maduro associou Noboa ao tráfico de drogas, mencionando que a empresa do pai do presidente é a maior exportadora de bananas do país e que apreensões de cocaína em carregamentos de bananas do Equador são comuns.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br