Angola iniciou hoje uma nova etapa na sua trajetória energética com a entrada em funcionamento da primeira fase da refinaria de Cabinda. O projeto, avaliado em cerca de 473 milhões de dólares, representa um marco estratégico para o país, que há décadas depende da importação de combustíveis refinados.
Com uma capacidade inicial de 30 000 barris de petróleo por dia, o empreendimento tem previsão de duplicar este volume na segunda fase, alcançando 60 000 barris/dia. Esse avanço permitirá atender parte significativa da procura interna e, no médio prazo, criar condições para que Angola se torne exportador de derivados de petróleo.
Segundo especialistas do setor, a refinaria de Cabinda não apenas reduzirá a saída de divisas, mas também deverá criar centenas de empregos diretos e indiretos, além de dinamizar a economia regional.
Paralelamente, o governo mantém os planos de expansão com outros dois grandes projetos:
- Refinaria do Soyo, que enfrenta entraves administrativos e de gestão no consórcio responsável;
- Refinaria do Lobito, cuja execução depende da resolução de um défice de financiamento estimado em 4,8 bilhões de dólares.
Ao concluir esse ciclo de investimentos, Angola poderá alcançar a autossuficiência total em combustíveis refinados, reduzir sua vulnerabilidade externa e, sobretudo, consolidar-se como referência energética no continente africano.