A Associação Internacional de Estudiosos do Genocídio (IAGS) emitiu uma resolução afirmando que Israel está cometendo genocídio na Faixa de Gaza. A decisão foi aprovada pela maioria absoluta, com mais de dois terços dos cerca de 500 membros da instituição.
O documento de três páginas aponta para “crimes sistemáticos e generalizados contra a humanidade, crimes de guerra e genocídio” por parte do governo de Israel. As alegações incluem “ataques indiscriminados e deliberados contra civis e infraestrutura civil (hospitais, residências, edifícios comerciais, etc.)” em Gaza.
Fundada em 1994, a associação promove conferências e publica revistas científicas sobre o tema do genocídio.
Segundo os estudiosos, ações como a morte de crianças em Gaza, declarações de autoridades israelenses e ataques a locais de produção de alimentos justificam a classificação das ações de Israel como genocídio, conforme a definição do artigo 2º da Declaração para Prevenção do Genocídio de 1948.
A AIGS também reconheceu que as ações de Israel contra palestinos incluem tortura, detenção arbitrária, violência sexual e ataques deliberados contra médicos, trabalhadores humanitários e jornalistas, além da privação de alimentos, água, medicamentos e eletricidade. A associação lembra ainda o deslocamento forçado de quase todos os 2,3 milhões de palestinos de Gaza e a demolição de grande parte da infraestrutura habitacional do território.
A resolução também destaca a destruição de escolas, universidades, bibliotecas, museus e arquivos, considerando-os essenciais para a continuidade do bem-estar e da identidade coletiva palestina.
A associação lembrou que Israel matou ou feriu mais de 50 mil crianças, argumentando que “essa destruição de uma parte substancial de um grupo constitui genocídio”.
A fome entre palestinos na Faixa de Gaza atingiu o patamar mais grave na classificação sobre segurança alimentar, indicando uma catástrofe humanitária.
A associação ressalta que a resposta de Israel ao ataque do Hamas em outubro de 2023 não foi direcionada apenas contra o grupo, mas contra toda a população de Gaza.
O governo de Israel negou as acusações, afirmando que a declaração da Associação Internacional de Estudiosos do Genocídio “é uma vergonha para a profissão jurídica e para qualquer padrão acadêmico” e que se baseia em informações falsas.
O crime de genocídio é definido pela Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio de 1948, das Nações Unidas (ONU). O artigo 2º define genocídio como atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br