VIH/SIDA em Angola: números e impacto social
VIH/SIDA em Angola continua sendo uma preocupação de saúde pública, com 13 mil mortes e 28 mil novas infeções todos os anos. Apesar dos avanços em tratamento e prevenção, a doença ainda representa uma ameaça significativa para o país.
Segundo dados da RFI, mais de 310 mil cidadãos vivem atualmente com VIH em Angola. Apenas cerca de 65% têm acesso regular a tratamento antirretroviral, o que compromete a eficácia das políticas de combate à doença.
O impacto social do VIH/SIDA vai além da saúde: muitas famílias perdem membros em idade produtiva, aumentando a pobreza e a dependência de programas de apoio social.Desafios do combate ao VIH/SIDA em Angola
O país enfrenta vários desafios: escassez de recursos, dificuldades logísticas na distribuição de medicamentos e estigma social persistente. A desinformação, especialmente em comunidades rurais, contribui para o aumento das novas infeções.
Especialistas alertam que a educação em saúde é fundamental para quebrar mitos sobre a transmissão do vírus e incentivar a testagem regular.
Desafios que Angola precisa superar
Os principais entraves no combate à epidemia passam pela escassez de recursos, dificuldades logísticas na distribuição de medicamentos para províncias mais distantes e a ausência de campanhas de sensibilização permanentes.
Além disso, a discriminação contra pessoas que vivem com VIH ainda é um problema sério. Segundo especialistas, o preconceito reduz a adesão ao tratamento e afasta muitos cidadãos dos centros de saúde.
Outro desafio apontado por organizações internacionais é a falta de informação acessível para comunidades rurais. Em muitas aldeias, persistem mitos e crenças que dificultam a compreensão sobre a transmissão do vírus. Essa desinformação contribui para a continuidade de práticas de risco, como relações sexuais desprotegidas.
Estratégias para reduzir o impacto do VIH/SIDA
As autoridades de saúde, em parceria com organizações nacionais e internacionais, têm reforçado medidas como:
- Ampliação do acesso à testagem gratuita em centros de saúde e campanhas móveis;
- Campanhas de prevenção direcionadas a jovens, que representam uma das faixas etárias mais vulneráveis;
- Programas de distribuição de preservativos em escolas, universidades e locais de trabalho;
- Iniciativas de apoio psicossocial para doentes e famílias afetadas;
- Formação de profissionais de saúde para melhorar o acompanhamento clínico e reduzir falhas no tratamento.

O objetivo é alinhar Angola às metas globais definidas pela ONU, que estabelecem a redução drástica das novas infeções e mortes até 2030.
Impacto social e económico
O VIH/SIDA não afeta apenas a saúde da população, mas também a economia angolana. As mortes em idade produtiva resultam em:
- Perda de mão de obra qualificada;
- Aumento da pobreza em comunidades vulneráveis;
- Maior pressão sobre o sistema de saúde nacional.
Além disso, muitas famílias que perdem membros para a doença acabam em situação de fragilidade social, o que aumenta a dependência de programas de apoio do Estado e de ONGs.
Angola no contexto internacional
Embora Angola apresente números preocupantes, a situação não é única no continente. Segundo dados da ONUSIDA, a África Subsaariana concentra mais de dois terços de todas as pessoas que vivem com VIH no mundo. Países como África do Sul, Moçambique e Nigéria também enfrentam desafios semelhantes, com milhões de cidadãos infetados.
A diferença, apontam especialistas, é que alguns destes países têm investido fortemente em campanhas de sensibilização e programas de distribuição em massa de medicamentos, conseguindo reduzir as mortes nos últimos anos.
Esse comparativo reforça a necessidade de Angola acelerar as suas políticas públicas para não ficar atrás nas metas internacionais de saúde.
Educação e prevenção como armas principais
Um dos pontos mais destacados pelos especialistas é a importância da educação em saúde. Campanhas que expliquem de forma clara como ocorre a transmissão do vírus e a eficácia do uso de preservativos são fundamentais para quebrar o ciclo de novas infeções.
Além disso, programas educativos em escolas e universidades podem ter impacto duradouro, ajudando as novas gerações a adotar comportamentos de prevenção desde cedo.
Conclusão
Os dados revelados pela ANASO mostram que Angola ainda enfrenta um longo caminho no combate ao VIH/SIDA. A redução do estigma, o fortalecimento do sistema de saúde e a garantia de acesso universal ao tratamento são passos fundamentais para salvar vidas e reduzir o impacto da doença nos próximos anos.
O desafio é grande, mas com investimentos contínuos, políticas inclusivas e educação em massa, o país poderá reverter os números alarmantes e alinhar-se às metas internacionais até 2030.
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