A Agência Internacional de Energia (AIE) divulgou hoje um relatório revisando para cima suas projeções de oferta global de petróleo para 2025. A atualização ocorre após a decisão da OPEP+ de aumentar a produção, o que, segundo a entidade, poderá modificar significativamente o equilíbrio entre oferta e demanda no mercado energético mundial.
De acordo com os novos números, a AIE estima um crescimento de 2,5 milhões de barris por dia (bpd) na oferta global ao longo do próximo ano — um aumento de cerca de 370 mil bpd em relação à previsão anterior.
Motivo da revisão
A principal razão para essa revisão otimista é o recente anúncio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+), que decidiram ampliar a produção de petróleo para responder à demanda internacional e manter estabilidade nos preços.
No entanto, a AIE ressalta que a previsão também considera a entrada em operação de novos campos petrolíferos, a recuperação parcial de alguns países produtores que enfrentavam restrições e o aumento na eficiência de extração em regiões-chave, como América do Norte e Oriente Médio.
Impactos no mercado global
Segundo analistas, a decisão da OPEP+ e a revisão da AIE podem gerar efeitos mistos. Por um lado, a maior oferta tende a pressionar os preços para baixo, o que pode beneficiar consumidores e setores industriais dependentes de energia. Por outro lado, países cuja economia é fortemente baseada nas exportações de petróleo podem enfrentar desafios fiscais se os preços caírem de forma acentuada.
A AIE alertou ainda que a demanda global de petróleo, embora permaneça robusta, foi ligeiramente revisada para baixo em função de sinais de desaceleração econômica em grandes economias como China e União Europeia.
Perspectivas para 2025
O relatório indica que 2025 será um ano de ajustes no mercado petrolífero. Com a produção da OPEP+ em alta, o papel de outros produtores independentes, como Estados Unidos, Brasil e Canadá, será monitorado de perto, já que a competição pode aumentar.
Riscos e incertezas
Apesar do cenário otimista para a oferta, alguns fatores podem reverter essa tendência. Conflitos em regiões produtoras, mudanças nas políticas energéticas globais e aceleração da transição para fontes renováveis podem reduzir a dependência do petróleo e impactar os volumes de produção.
Além disso, a volatilidade dos preços continua sendo um desafio. Situações como instabilidade política no Oriente Médio, desastres naturais ou crises financeiras globais podem gerar picos ou quedas abruptas no mercado.