Luanda, Angola – Em meio ao caos organizado das paragens de táxi em Luanda, os lotadores se tornaram parte integrante da rotina urbana. São jovens que coordenam a entrada de passageiros, ajudam na circulação dos táxis e arrecadam rendimentos que podem ultrapassar os 300.000 kwanzas por mês.
No entanto, apesar da renda elevada e da organização comunitária, a atividade desses agentes informais tem levantado sérios alertas das autoridades policiais.
PN considera lotadores “uma ameaça à ordem pública”
Em declarações recentes, representantes da Polícia Nacional (PN) descreveram os lotadores como “um perigo para a sociedade”. A corporação alega que muitos desses jovens:
- Não estão cadastrados em nenhuma organização formal,
- Impõem regras próprias nas paragens,
- Usam de violência, ameaças e extorsão,
- Facilitam atividades criminosas disfarçadas de trabalho urbano.
Segundo a PN, a atuação de lotadores “fora de controle” tem contribuído para um aumento da insegurança nas zonas mais movimentadas da cidade, especialmente nos terminais de transporte.
ANATA defende regulação e inclusão
Por outro lado, a ANATA (Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola) defende uma abordagem de integração em vez de repressão, propondo:
- Cadastramento obrigatório,
- Coletes identificadores,
- Formação em cidadania e ética,
- Monitoramento conjunto com a polícia.
A associação acredita que, se bem regulada, essa força de trabalho pode ser transformada em agentes de apoio no sistema de transporte urbano, reduzindo a criminalidade em vez de fomentá-la.
💬 Vozes da rua
Alguns motoristas de táxi concordam com o alerta da PN:
“Tem muito lotador que trabalha bem, mas também tem aqueles que cobram com arrogância e ameaçam quem não obedece. A polícia precisa estar mais presente nas paragens.”
Já passageiros expressam medo e insegurança: